O cuidado diário também envolve proteger. Vamos abordar os riscos aos quais as crianças estão expostas e como o pai, pode ser um guardião atento.
PRA QUEM É?
Pais de crianças na primeira infância (0 a 6 anos).
A Importância da Paternidade Protetora para o Desenvolvimento Infantil
Para toda criança, poder confiar nos adultos de referência é essencial. Essa confiança começa com um ambiente seguro e protegido, onde os pais, especialmente a figura paterna, assumem um papel ativo e presente. Quando o pai oferece segurança e cuidado, a criança sente-se amparada para crescer de forma saudável, tanto emocionalmente quanto fisicamente. Essa segurança é ainda mais importante caso a criança enfrente violências ou situações prejudiciais fora de casa; os cuidadores devem estar atentos a sinais e comportamentos que possam indicar algo errado.
A presença paterna ativa desempenha um papel fundamental no desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças. Um pai que protege e acolhe contribui para um ambiente emocionalmente seguro e saudável, promovendo o crescimento integral dos filhos. Esse cuidado não é apenas físico, mas envolve atenção às necessidades emocionais e sociais, construindo uma base de confiança e afeto.
Paternidade Ativa e Responsiva
Praticar a paternidade ativa inclui aspectos essenciais como educação, suporte social e manejo do estresse. Isso garante que os filhos cresçam em um ambiente seguro e amoroso, onde suas necessidades físicas, emocionais e sociais são atendidas. Uma paternidade ativa e protetora também implica em cuidados fundamentais, como oferecer alimentação adequada, apoio constante e supervisão cuidadosa.
O cuidado responsivo permite que os pais estejam atentos às necessidades dos filhos, respondendo prontamente a elas e prevenindo situações de risco. De acordo com o UNICEF, essa abordagem promove o desenvolvimento saudável, protege contra violências e fortalece os vínculos afetivos entre pais e filhos.
Prevenção de Acidentes na Infância
Crianças pequenas são curiosas e inexperientes, o que as torna vulneráveis. A supervisão ativa e medidas preventivas podem reduzir os riscos. No Brasil, acidentes são a principal causa de morte de crianças entre 1 e 14 anos, mas 90% podem ser evitados com simples cuidados.
Principais acidentes e precauções:
• Quedas: Use redes ou grades de proteção em janelas, escadas e móveis. Nunca deixe crianças sozinhas em locais altos.
• Sufocamento: Ofereça alimentos cortados, evite pequenos objetos e retire itens macios do berço.
• Afogamento: Supervisione crianças perto de água, mantenha baldes tampados e instale barreiras em piscinas.
• Queimaduras: Evite líquidos quentes perto de crianças, proteja tomadas e mantenha produtos perigosos fora do alcance.
• Intoxicação: Armazene medicamentos e produtos químicos em locais seguros e longe das crianças.
• Trânsito: Use cadeirinhas apropriadas, ensine regras de segurança e supervisione crianças ao atravessar ruas.
A maioria dos acidentes ocorre dentro de casa ou ao redor dela, geralmente por distração dos cuidadores. É crucial priorizar a atenção plena para proteger as crianças e garantir um ambiente seguro.
Formas de Violência e a Vulnerabilidade Infantil
Infelizmente, crianças são vulneráveis a diferentes tipos de violência, e é essencial que os pais estejam cientes das possíveis ameaças:
• Violência Física: Ações que causam danos à saúde e à integridade física.
• Violência Psicológica: Discriminações, humilhações e palavras que afetam o desenvolvimento emocional.
• Negligência: Falta de cuidados essenciais, como supervisão e alimentação adequada.
• Violência Sexual: Abusos que forçam ou expõem a criança a atos inadequados.
• Violências Online: Cyberbullying e exposição a conteúdos impróprios.
Esses abusos, tanto físicos quanto psicológicos, podem ter consequências duradouras, impactando a saúde mental e as relações interpessoais na vida adulta. A negligência também prejudica o desenvolvimento, podendo causar atrasos cognitivos e emocionais.
Estratégias de Proteção e Prevenção
Para garantir um ambiente seguro para seus filhos, os pais podem adotar diversas estratégias de proteção:
1. Cuidado com a Própria Saúde Mental: A saúde mental dos cuidadores é crucial para o bem-estar da família.
2. Satisfação das Necessidades Básicas: Esteja constantemente atento para atender às necessidades de alimentação, higiene e cuidados médicos da criança.
3. Apoio Emocional: Esteja disponível para ouvir, acolher e confortar.
4. Comunicação Aberta: Incentive a criança a falar sobre experiências e sentimentos.
5. Supervisão e Vigilância: Garanta que a criança frequente ambientes seguros e esteja sempre acompanhada.
6. Educação Sobre Limites: Ensine a importância do consentimento e do respeito ao próprio corpo.
7. Observação de Sinais: Fique atento a mudanças de comportamento, sono ou apetite.
8. Participação em Programas de Prevenção: Envolva-se em iniciativas educativas sobre abuso e proteção infantil.
Conclusão:
Uma paternidade protetora e consciente é fundamental para um desenvolvimento infantil saudável. Ao proteger seus filhos de diversas formas de violência, os pais ajudam a construir uma base segura e positiva para o futuro, promovendo o bem-estar não só de suas crianças, mas da sociedade como um todo. A figura de um pai que cuida, apoia e protege é essencial para o crescimento pleno e feliz de seus filhos, reforçando a confiança e a segurança de que precisam para enfrentar o mundo com confiança.
Segurança e proteção dos filhos
Objetivo geral
Abordar os aspectos cruciais da proteção, cuidado parental, negligência e dos cuidados na primeira infância, destacando a importância da paternidade ativa e positiva.
Objetivo específico
• Sensibilizar os pais sobre a importância dos cuidados e da proteção na infância.
• Apresentar formas de proteção aos filhos.
• Oferecer um espaço de reflexão sobre o impacto das práticas parentais de proteção na vida das crianças.
Temas abordados
• O cuidado como forma de proteção.
• Estratégias para promover a proteção e os cuidados na infância.
• Consequência dos abusos na primeira infância.
Quantidade de participantes:
De 15 a 20 pessoas
Recursos necessários:
• Etiquetas (para os nomes dos participantes)
• Fita crepe
• Fita adesiva
• Tesouras
• Projetor para vídeo e slides
• Cartaz Pai que Protege! – Quebra-Gelo
• Cópias da ficha com as formas de violência – Atividade “Identificando os Sinais”
• Cópias da ficha com os sinais – Atividade “Identificando os Sinais”
• Vídeo “Pacto pela paternidade” Papai Tá Aqui
Sugestão de organização da sala:
Cadeiras dispostas em semicírculo
Tempo previsto para o encontro:
1 hora e 30 minutos
Boas-vindas e Apresentação do Facilitador – 10’
Acolha os pais e crie um clima de confiança e abertura. Apresente-se, fale brevemente do seu papel de facilitador e dos objetivos do encontro. Convide os participantes a se apresentarem falando seu nome e sua configuração familiar.
Quebra-gelo:
Onde está o perigo? – 10’
Sobre o Tema – 10’
Traga o contexto e fatos sobre a falta de supervisão paterna e que proteger requer que estejam atentos aos seus filhos.
Atividade:
Identificando sinais – 30’
Fazer com que os pais associem alguns dos sinais de violência contra os filhos e suas possíveis causas.
Roda de Conversa: 30’
Reflexão final sobre a importância da proteção paterna na vida dos filhos.
Acolha os pais e crie um clima de confiança e abertura.
Apresente-se, fale brevemente do seu papel de facilitador, que você será o ponto de conexão entre o conteúdo cuidadosamente elaborado e os pais que participam das oficinas.
Conte que o encontro tem como objetivo promover a troca de experiências e que a participação de todos é muito valiosa. Nesta oficina, abordaremos os riscos aos quais as crianças estão expostas e como você, pai, pode ser um guardião atento.
Peça aos participantes que se apresentem falando seu nome e sua configuração familiar.
Objetivo:
Criar um espaço de interação e mostrar que existem diferentes formas de paternar, com similaridades, erros e acertos entre todos os pais.
Como fazer:
1. Peça a todos que se levantem.
2. Informe que fará algumas perguntas e aqueles que responderem de maneira positiva devem se posicionar de um lado da sala, enquanto aqueles que responderem de forma negativa devem se posicionar do outro lado da sala.
3. Faça uma pergunta e aguarde os pais se posicionarem.
4. Em seguida, faça outra pergunta e aguarde que se reposicionem, e assim sucessivamente.
Perguntas:
– Quem é pai de primeira viagem?
– Quem morreu de medo quando descobriu que ia ser pai?
– Quem tem mais de 2 filhos?
– Quem está preocupado com as despesas do bebê?
– Quem não mora com os filhos?
– Quem já trocou a fralda do bebê?
– Quem quer participar do parto do filho?
– Quem está acompanhando a parceira nas consultas e exames de pré-natal?
– Quem está fazendo seus exames de rotina?
– Quem acha que cuidar do bebê é coisa de pai?
Reflexão: Vocês perceberam que ninguém ficou só em um grupo e que em várias perguntas vocês se misturaram? Isso mostra que, apesar de passarem por experiências parecidas, ninguém é igual, e cada um aprende a ser pai de um jeito diferente.
Sensibilize sobre os riscos mais comuns, a importância da supervisão paterna e as formas de prevenção, trazendo os dados já apresentados.
Objetivo
Fazer com que os pais associem as diversas formas de violência contra a criança com suas consequências e possíveis sinais de alerta.
Como fazer
1. Peça que os participantes que se dividam em grupos de 3 a 5 pessoas.
2. Entregue a cada grupo uma ficha com as formas de violência e os cartões com as situações que são sinais de alerta.
3. Peça para que nos grupos conversem entre si e posicionem esses cartões ao lado das formas de violência que podem ter sido a causa desses comportamentos e situações.
Ao final, faça uma roda e traga perguntas disparadoras de diálogos entre os participantes sobre os desafios e aprendizados. Se despeça com um vídeo curto que reforce o tema e os próximos passos.
REFLEXÕES:
Qual aprendizado você leva hoje? O que você quer colocar em prática hoje?
PERGUNTAS DISPARADORAS:
• Quais foram suas principais preocupações sobre
a segurança do seu filho antes do encontro e como isso mudou?
• O que você aprendeu sobre os riscos que as crianças enfrentam no dia a dia que não havia considerado antes?
• Quais pequenas medidas de segurança você já implementou em casa e quais você planeja adotar?
• Como você se sente em relação ao papel de ser um “guardião atento” na vida do seu filho?
• Quais estratégias discutidas você acha mais úteis para ter conversas sobre prevenção com seu filho?
Baixe aqui os materiais:
JORNADA VIA WHATSAPP
Compartilhar após o encontro, 1X por semana
Disparar nesta ordem:
Criando memórias
Tal pai tal filho
Conte histórias
Não tenha vergonha de se emocionar
Paternidade Ativa: O que é e sua importância para os nossos lares.
https://blog.objetivosorocaba.com.br/paternidade-ativa/#:~:text=O%20principal%20benef%C3%ADcio%20da%20paternidade,quem%20%C3%A9%20filho%20ou%20filha.
O que é e como incentivar a paternidade ativa?
https://begenerous.com.br/blog/paternidade-ativa/
Qual o papel dos pais na segunrança das crianças?
https://criancasegura.org.br/noticias/acidentes/qual-o-papel-dos-pais-na-seguranca-das-criancas/
Abuso sexual infantil: veja como reconhecer os sinais e como agir.
https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/saude/abuso-sexual-infantil-veja-como-reconhecer-os-sinais-e-como-agir,bb18f50e0f03ba49bb43c3c00fddb416jr079ivd.html
SINAIS DE ALERTA PARA ABUSO SEXUAL EM CRIANÇA E ADOLESCENTE.
https://www.institutocoutomaia.com.br/sinais-de-alerta-para-abuso-sexual-em-crianca-e-adolescente/
Fique atento aos sinais de maus-tratos infanto-juvenis.
https://www.tjdft.jus.br/informacoes/infancia-e-juventude/noticias-e-estaques/2021/maio/fique-atento-aos-sinais-de-maus-tratos-infantojuvenis-1
Entenda as dimensões dos maus-tratos contra crianças.
https://www.tjdft.jus.br/informacoes/infancia-e-juventude/noticias-e-destaques/2021/maio/entenda-as-dimensoes-dos-maus-tratos-contra-criancas
Prevenção ao abuso sexual e infantil.
https://www.childfundbrasil.org.br/blog/prevencao-ao-abuso-sexual-infantil-como-proteger-os-seus-filhos/
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